Cosmogramas são ferramentas essenciais para entender como as sociedades ordenam e representam o mundo ao seu redor, como situa o sociólogo e historiador da ciência John Tresch. São objetos tangíveis, imagens, histórias ou narrativas, desde “A Origem das Espécies”de Darwin ao famoso filme "Powers of Ten" de Charles and Ray Eames, os planos urbanísticos de Brasília ou Chandigarh, as enciclopédias às mandals tibetanas, o Popol Vuh (Maya) ao Mercado financeiro global, do cosmograma Kongo aos pontos riscados, dentre outros.
COSMOGRAME é uma plataforma que pesquisa as forças invisíveis que moldam as coletividades, visando revelar as conexões e "conectores" que guiam a vida, a partir de conhecimentos e saberes das artes, cultura, design, teoria ator-rede e outros, identificando, fortalecendo e criando cosmogramas – entendidos como instrumentos, não só descritivos, mas ativos e modeladores de mundo.
Dentre seu extenso portfólio de projetos, destacam-se como ABORDAGEM:
Diagnosticar cosmogramas existentes: Projetos como “Campos de Invisibilidade” sugerem um envolvimento direto com a descoberta de estruturas de poder invisíveis ou realidades marginalizadas dentro dos “padrões” sociais existentes. Seu trabalho com “Contracondutas - Ação Político-Pedagógica” aponta para um exame crítico de comportamentos dominantes de infra-estrutura, trabalho e arquitetura, e articula e propõe abordagens contra-hegemônicas. A X Bienal de Arquitetura de São Paulo também envolveu uma análise abrangente de como o ambiente construído reflete e molda as normas sociais.
Propor novas “gramáticas de agência”: Iniciativas como o “Projeto Mutirão - Casa do Povo” envolvem diretamente a ação coletiva e a auto-organização da comunidade, incorporando a criação de novas realidades compartilhadas e processos de tomada de decisão. Sua função como curadora/facilitadora comunitária da Spore Initiative indica uma abordagem prática para promover novas relações entre as pessoas e seus ambientes. A própria característica do “Urban Parangolé” sugere um envolvimento lúdico, porém crítico, com o espaço público, convidando a novas formas de interação e desafiando os rígidos “cosmogramas” urbanos. Além disso, sua co-fundação da exo experimental org. destaca um compromisso de longa data com plataformas experimentais para a exploração de novas configurações sociais e espaciais.
Cosmograms are essential tools for understanding how societies order and represent the world around them, as sociologist and historian of science John Tresch puts it. They are tangible objects, images, stories or narratives, from Darwin's "The Origin of Species" to the famous film "Powers of Ten" by Charles and Ray Eames, the urban plans of Brasilia or Chandigarh, encyclopedias to Tibetan mandals, the Popol Vuh (Maya) to the Global Financial Market, from the Kongo cosmogram to 'pontos riscados’, among others.
COSMOGRAME is a platform that researches the invisible forces that shape collectivities, to reveal the connections and "connectors" that guide life – based on knowledge from the arts, culture, design, actor-network theory and others – identifying, strengthening and creating cosmograms, understood as instruments that are not only descriptive, but also active and world-shaping.
APPROACH
Among her extensive portfolio of curatorial and spatial practices, the following stand out as capacities:
Diagnose Existing Cosmograms: Projects like "Campos de Invisibilidade" (Fields of Invisibility) suggest a direct engagement with uncovering unseen power structures or marginalized realities within existing societal "patterns." Her work with "Contracondutas - Ação Político-Pedagógica" points to a critical examination of dominant behaviors and the proposal of counter-approaches, much like identifying an old "instruction manual" and designing a new one. The X Bienal de Arquitetura de São Paulo also involved a comprehensive look at how the built environment reflects and shapes societal norms. Propose New Grammars of Agency: Initiatives like "Projeto Mutirão - Casa do Povo" directly engage with collective action and community self-organization, embodying the creation of new shared realities and decision-making processes. Her role as a community curator/facilitator for Spore Initiative indicates a hands-on approach to fostering new relationships between people and their environments. The very nature of "Urban Parangolé" suggests a playful yet critical engagement with public space, inviting new forms of interaction and challenging rigid urban "cosmograms." Furthermore, her co-founding of exo experimental org. highlights a long-standing commitment to experimental platforms for exploring new social and spatial configurations.
Sua trajetória tem em comum articulações em rede, situadas e internacionais, a escuta de contextos específicos, a partilha do sensível por meio de práticas estéticas e culturais, junto a questões sociopolíticas e climáticas. escutando, reverberando e buscando ampliar múltiplas vozes e sustentar silêncios, meu movimento ou prática como a bolsa polissêmica (Ursula K. Le Guin), os diagramas e os riscados-cosmogramas, compondo com vários chãos e temporalidades.
Projetos curatoriais e/ou plataformas culturais-ambientais incluem: Projeto Mutirão - Casa do Povo (São Paulo, 2024), community curator/facilitator em Spore Initiative (Berlim/Yucatán- México, 2021-22), Campos de Invisibilidade (Sesc Belenzinho, 2018-19), Contracondutas - Ação Político-Pedagógica (Escola da Cidade/MPT, 2016-2018), Mano Fato Mano (CCSP, 2014-2015), X Bienal de Arquitetura de São Paulo (IABsp, 2013), Urban Parangolé (UTT São Paulo/AUFI Istambul, 2012), ORDOS 100 (curadoria Ai Weiwei/HdeM, Ordos, China, 2008), co-fundadora e co-diretora da plataforma exo experimental org. (São Paulo, 2002-07).
Graduada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Universidade Mackenzie (São Paulo, 1996), mestre em Teorias e Histórias da Arquitetura pela Architectural Association School of Architecture (Londres, 1999), com especialização em Design para Sustentabilidade e Regeneração pela Gaia Education (2020-21). Doutora em Estética e História da Arte pelo PGEHA – Universidade de São Paulo (2019) com bolsa da CAPES para período de pesquisa na School of Design Strategies Parsons The New School for Design (Nova York, 2018-19).
Ligia foi Assistant Professor de pesquisa e ensino dos arquitetos Jacques Herzog e Pierre de Meuron no Studio Basel - Contemporary City Institute da Eidgenössische Technische Hochschule (ETH) Zürich (Basileia, 2007-2008), com pesquisa urbana em/com Nairobi, Quênia. Professora nos programas de pós-graduação da FAU Mackenzie (2011-12) e da FAAP — Práticas artísticas contemporâneas (2019), e docente na Escola da Cidade (2014-2018/2024). Bolsista em residência artística na Akademie Schloss Solitude (Stuttgart, 2006-07). Consultora do Ministério da Cultura (Brasília, 2009-10). Integra O grupo inteiro (São Paulo/Fortaleza/Santa Cruz, 2014-). É membro do conselho curatorial do Instituto Sergio Rodrigues (2024-) e juri dos prêmios da 7a Trienal de Architectura de Lisboa de 2025.
Co-organizadora e/ou autora de livros e ensaios em periódicos e coletâneas, acadêmicos e artísticos, nacionais e internacionais. Ensaios publicados em ‘Critical Care’ (The MIT Press, 2019), ‘Echoes of a Place’ (Buró-Buró, México, 2020), ‘Slow Spatial Reader - Radical Affections’ (Valiz, Amsterdam, 2021), Feminist Infrastructure Critique Issue - FKW#74 (Austria, 2024), ‘Lina Por Aldo’ (Cobogó, RJ, 2024), "Modos de Fazer’ (Casa do Povo, SP, 2025), dentre outros.
Her trajectory has in common networked, localized, and international articulations, listening to specific contexts, the distribution of the sensible through aesthetic and cultural practices, with socio-political and climatic issues. Listening, reverberating, and seeking to amplify multiple voices and sustain silences, her practice (with the polysemic bag/Ursula K. Le Guin, diagrams, and the riscados-cosmograms) composes with various grounds and temporalities.
Curatorial projects and/or cultural-environmental platforms include: Projeto Mutirão - Casa do Povo (São Paulo, 2024), community curator/facilitator at Spore Initiative (Berlin/Yucatán- Mexico, 2021-22), Fields of Invisibility (Sesc Belenzinho, 2018-19), Contracondutas - Political-Pedagogical Action (Escola da Cidade/MPT, 2016-2018), Mano Fato Mano (CCSP, 2014-2015), X Bienal de Arquitetura de São Paulo (IABsp, 2013), Urban Parangolé (UTT São Paulo/AUFI Istanbul, 2012), ORDOS 100 (curated by Ai Weiwei/HdeM, Ordos, China, 2008), co-founder and co-director of the platform exo experimental org. (São Paulo, 2002-07).
Graduated from the Faculty of Architecture and Urbanism - Mackenzie University (São Paulo, 1996), Master in Theories and Histories of architecture from the Architectural Association School of Architecture (London, 1999), with a specialization in Design for Sustainability and Regeneration from Gaia Education (2020-21). She has a PhD in Aesthetics and Art History from PGEHA - University of São Paulo (2019) with a CAPES scholarship for a period of research at the School of Design Strategies Parsons The New School for Design (New York, 2018-19).
Ligia was Assistant Professor of research and teaching for architects Jacques Herzog and Pierre de Meuron at the Studio Basel - Contemporary City Institute of the Eidgenössische Technische Hochschule (ETH) Zürich (Basel, 2007-2008), with urban research in/with Nairobi, Kenya. Professor in the postgraduate programs at FAU Mackenzie (2011-12) and FAAP - Contemporary Art Practices (2019), and lecturer at Escola da Cidade (2014-2018/2024). Artist-in-residence at the Akademie Schloss Solitude (Stuttgart, 2006-07). Consultant for the Ministry of Culture (Brasília, 2009-10). She is a member of O grupo inteiro (São Paulo/Fortaleza/Santa Cruz, 2014-). She is part of the curatorial board of the Sergio Rodrigues Institute (2024-) and of the jury for the Awards of the 7th Lisbon Architecture Triennale in 2025.
Co-organizer and/or author of books and essays in journals and collections, academic and artistic, national and international. Essays published in ‘Critical Care’ (The MIT Press, 2019), ‘Echoes of a Place’ (Buró-Buró, Mexico, 2020), ‘Slow Spatial Reader - Radical Affections’ (Valiz, Amsterdam, 2021), Feminist Infrastructure Critique Issue - FKW#74 (Austria, 2024), ‘Lina Por Aldo’ (Cobogó, RJ, 2024), ‘Modos de Fazer’ (Casa do Povo, SP, 2025), among others.
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